sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O jovem no candomblé


Carnaval! Festa popular da Bahia, que atrai turistas de todo país e pessoas da própria capital. Festa da magia, que contagia tudo e a todos. Seja na avenida ou no circuito alternativo o que predomina é a paquera. Milhares de jovens saem nas ruas a procura de curtição e disputam entre si quem “fica” com mais garotos ou garotas.
Este é o quadro da vida de adolescentes e jovens da cidade de Salvador. Mas,contrariando a maioria há um aumento de jovens que se dedicam a religião. Se doam, abrem mão da sua própria vida para servir a sua religião ou seita e procuram nela uma maneira para resolver os problemas e ir em busca de respostas; entender e aceitar as coisas que ás vezes não tem explicação. É o caso de Natália Rios Macedo de 16 anos que frequenta o candomblé desde criança e está se preparando para ser filha -de -santo. “Entrei para me cuidar, porque tenho problemas espirituais. Agora sou uma pessoa feliz, pois, não era feliz. Hoje estou no processo de preparação para me tornar servidora de oxum apará minha guia protetora”, Natália.
Para Maria Edite, mãe- de- santa do terreiro Ilê Asé Dewalgi e responsável por Natália, os jovens de hoje não se preocupam em se apegar a uma seita ou religião a fim de procurar a paz em meio a tantas coisas ruins que vem ocorrendo no mundo.”O jovem de hoje só quer saber de farra. O axé traz o jovem e agente educa. Tentamos buscar o melhor para eles”, desabafa Edite.
O candomblé teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubás. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país. O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas.
O filho –de- santo são os sacerdotes dos orixás, da mesma forma como, na Igreja Católica, os padres são os representantes de Deus. Eles ficam confinados em quarto sem janelas e portas fechadas (roncó), onde passam durante um tempo em transe se comportando como crianças.
Um outro exemplo de permanência de jovens em religiões é o Juventude para Jesus, grupo da igreja Católica Shalon, que reuni cerca de 30 garotos e garotas para discutir sobre Jesus Cristo e suas ações.
Para alguns especialistas a religião funciona como um freio e que esta procura ás vezes se torna um exagero,pois, se não houver um certo equilibrio não se pode chegar a uma reflexão acerca do que se procura.

Um comentário:

Unknown disse...

Todo jovem deve ter uma religiãoO convívio com os orixás elabora uma vivência singular entre o sagrado e o humano, entre a natureza e a sociedade, entre adultos e crianças, entre a tradição e a modernidade (ou pós-modernidade), entre a vida e a morte. Crescer em um terreiro de candomblé é prender a conviver com as múltiplas diferenças e partilhar, com isso, uma nova perspectiva de educação, anti-racista e plural. é ter fé, é cultivar o amor, é respeitar os mais velhos, é ter sabedoria de
ouvir, e saber quando calar, é respeitar a natureza.