Como não falar do que está acontecendo com a música brasileira. Sinto a todo o momento em que ligo o rádio que a nossa música entrou em decadência profunda e que a cada dia que passa essa situação se agrava. O surgimento de letras de baixo nível que não passam uma mensagem positiva e que muito menos nos querem dizer alguma coisa. Letras que falam de sexo de forma feia e pejorativa. Falar de sexo é bom, mas, que fale de maneira que o torne soberbo, já que ele é belo. Palavras como piriguete e seus derivados, sons de “animal no cio”, só chamando assim, os sons emitidos nas músicas, tocadas por algumas bandas. Não citarei nomes por questão de educação. E tantos outros termos que não valem a pena ser lembrados, hoje, fazem parte do dia-a-dia da população soteropolitana. Essas expressões passaram a ser novos integrantes do vocabulário regional em conseqüência de dois estilos da música baiana: o pagode e o ritmo do arrocha, modalidade que surgiu a pouco mais de três anos na mídia. Não o bastante, fazem sucesso em boa parte do país, principalmente o pagode. A indústria cultural é o principal responsável pela situação atual de infelicidade da MPB. O crescimento do capitalismo fez com que o mercado do consumo se multiplicasse e passasse a vender produtos de péssima qualidade com o objetivo maior que é o capital. Ou seja, nos impõe a ingestão de letras que não irão engrandecer em nada nosso conteúdo cultural. Na Bahia principalmente, esse mercado cresce a cada ano, devido ao carnaval, a maior festa popular, que interragi o maior número de pessoas ao mesmo tempo e que serve também como canal de divulgação para os artistas. Queremos temas de romance, música para alegrar nossos ouvidos e nossos corações. Queremos ouvir letras profundas que nos levem a emoção total. Quero fechar os olhos e poder lembrar de bons momentos ao ouvir uma boa canção. Queremos Jorge Ben, queremos Cazuza, Carlinhos Brown, Djavan, Paulinho Boca, Caetano, Alceu Valença, Ilê ai ê, Muzenza, Gal Costa, Luciana Melo, Chico Buarque, Pedro Mariano, Maria Rita, Zélia Dancan. Queremos música, mas com composição. Música com autenticidade.
Nosso Balanço
"Em um certo dia Em um certo momento Ouvi uma música e pensei em você Rosto colado Peito sobre o outro De um lado para outro Pensei em Ti No balanço da minha saia No contra passo do seus pés Nós dois bailando Nossos pés em uma só direção Como era bom Nosso balanço Como era bom Estar contigo ao som da sanfona..." J' Time d' amour
Priscilla Fabiana
Tenho medo
Medo. Por que eu tenho medo? Existem algumas situações em que este sentimento, será que posso chamar assim, nos toma de uma forma tão profunda que nos deixa em um estado de total desespero e aflição. Porque será que temos medo? Medo de morrer, de perder alguém, medo de ficar sem dinheiro, medo de sei lá mais o quê. Medo, medo, medo. Morremos de medo de bala perdida, de violência. Do jeito que as coisas vão ultimamente, iremos morrer realmente de medo, no próprio sentido da palavra. Taí uma coisa que morro de medo: a morte. Não sei para onde vou, como vou me sentir, em que estado ficarei, com quem ficarei, se com os anjos ou com o diabo. Confio até no meu anjo guardião, mas, mesmo assim, não consigo deixar de ter medo. Tenho medo que o medo me tome por completo e que eu deixe de viver por causa dele. Ás vezes acho que tenho fobia de gente. De uns tempos para cá comecei a ficar estranha, meio tonta no meio da multidão e isso me causa tanta angústia, tanto medo, que tenho medo de não sair mais de casa, de me isolar, sei lá. Tenho medo de ter medo é isso! Uma certa vez estava dentro de um ônibus indo para o trabalho e de repente me subiu um medo tomando todo o meu corpo e fiquei totalmente em pânico. Tive a certeza de que ia morrer naquele exato momento. Daí entrei em desespero mais ainda. Pensei que ia embora sem me despedir de meus entes queridos. Chorei muito, muito mesmo. O medo me deixa atônita. Nossa! Não gosto nem de lembrar daquele dia. Tenho muito medo que aconteça novamente. Tem épocas que estou ótima, mas têm outras, que tenho medo de tudo e de todos. Sair de casa e ser esfaqueada, sofrer um acidente de carro, de não ser feliz. Medo de não alcançar meus objetivos... Tenho medo de ter medo do medo.O medo para mim é uma sombra que separa a felicidade, uma casa escura cheia de monstros, a chama que o dragão espele. O medo é a chave da vida que se perdeu. Existe um refrão de uma música que exprime tudo o que eu não disse até aqui: “Tenho medo de ficar no escuro, medo de devagar sem rumo. Medo de deixar por fazer, medo de me arrepender. Tenho medo de morrer na praia depois de ter nadado e bebido água do mar. Tenho medo do medo que dar”.
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